terça-feira, 20 de maio de 2008

“Não vendi minha alma para a empresa em que trabalho”

Ele falava “gatos e sapatos”, horrores detalhados da empresa em que trabalhava. Ninguém prestava! Os produtos eram ruins, as pessoas falsas e tudo o que de ruim o mundo poderia produzir estava em seu emprego. Quando todos da rodinha ficaram espantados com esse comportamento ele emendou: “Falo mal mesmo, porque não vendi minha alma para a empresa em que trabalho”. E continuou: “O fato de eu trabalhar lá não tem a nada a ver sobre o que eu penso das pessoas e dos produtos da empresa. É apenas o meu ganha pão”.

Conheço muitas pessoas assim. Pessoas que falam mal de seus empregos, de seus empregadores, de seus colegas de trabalho, dos produtos que elas próprias ajudam a fabricar e dos serviços que prestam. Todas dizem não terem vendido sua alma para a empresa em que trabalham e que, portanto, “só trabalham lá”.

Será que essas pessoas estão certas? Que elas podem falar mal de tudo e de todas em sua empresa, não há duvida alguma, afinal são livres. A pergunta mais profunda é se elas devem ter essa atitude, pois nem tudo o que podemos fazer, devemos fazer. Poder é uma coisa, fazer é outra. E por que elas não deveriam falar o que sentem? Por que deveriam elas deixar de ser verdadeiras? Afinal “não venderam suas almas” com dizem.

A razão é muito simples. Uma empresa é uma comunidade de trabalho. Todos os membros dessa comunidade são, na teoria e na pratica, responsáveis – isto é “respondem” – por essa comunidade, suas ações, seus produtos, serviços, etc. Se uma pessoa tem o repetido comportamento de falar mal de sua própria comunidade é porque ela não se sente membro dessa comunidade. E se não se sente membro da comunidade ela tem dois caminhos. Ou tenta mudar a sua comunidade e seus membros ou deve deixar essa comunidade buscando outra com a qual se identifique e sinta orgulho em participar. Uma pessoa que não tome um desses caminhos, e opta permanecer não comunidade como um membro alheio a ela, não está eticamente correto. Essa é a razão.

Assim, realmente você não precisa “vender a sua alma” para sua empresa ou para o seu emprego. Mas lembre-se que participar de uma comunidade traz exigência morais e éticas das quais você não pode se esquecer. E, lembre-se, a empresa nada mais é que uma comunidade de trabalho.

Veja se você tem esse habito de falar mal de sua empresa, de seus colegas, de seus chefes, de seus subordinados. Mude esse habito. Faça alguma coisa para mudar a realidade de sua empresa e, se você ver que essa mudança é impossível e você realmente não concorda com os rumos atuais, tenha coragem de sair e buscar outra comunidade onde suas idéias sejam aceitas.

Pense nisso. Suce$$o!!!!


Artigo: Luiz Marins – Revista Carreira e Gestao nr° 01

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